Paulo Alencar (15-03-2008)
Sou forçado a reconhecer que entre as dificuldades para lidar com o português (nossa língua) talvez a maior delas seja a ortografia. Poderia até me atrever tentar justificar o problema por uma incompatibilidade de estilo. Sou uma pessoa extremamente objetiva e prática. Gosto das coisas simples e descomplicadas. E por esses, entre outros motivos, há muito venho pensando em buscar alguns caminhos que possibilitassem uma redução da considerável complexidade que encontro na nossa ortografia. Tomando conhecimento que outras pessoas pensam como eu, me atrevi a tentar (ou ousar) propor algumas alterações que facilitassem a vida de muita gente, inclusive a minha.
Observando nossas regras ortográficas nos deparamos com alguns dilemas impostos pela variedade de formas que temos que usar para o mesmo fonema. Observemos como gera dúvidas o uso correto do ch ou x; e o s, o ss, o ç ou mesmo o c puro e simples antes das vogais e e i; ainda podemos lembrar das opções entre o s ou o z. Há algum tempo venho desejando me deter numa análise mais aprofundada do que chamo de problema ortográfico, mas só agora, depois de verificar que não estou só no mesmo pensamento, me atrevo a traçar algumas considerações sobre o assunto. Porque não simplificarmos nossa ortografia, é a questão?
Algumas alterações, por mínimas que fossem, iriam possibilitar que milhões de brasileiros não mais cometessem os erros considerados banais pelos estudiosos. Sugeriria de início eliminarmos o ch. Vamos adotar o X e não mais teríamos dúvidas se chuchu seria mesmo com ch ou simplesmente XUXU (mesmo podendo ter a conotação de designação de peixes miliobatídeos que certamente saberíamos distinguir o real significado no momento) e ninguém mais escreveria Chucha. Vamos eliminar as várias formas dos esses e simplesmente adotar o Ç como o único e oficial meio para pronunciá-los (FAÇE ou MAÇAGEM). O som do s entre duas vogais seria desprezado e o zê seriam mesmo o Z. O K substituiria o c antes do a, do o e do u, e ainda da dupla qu. Desta forma casa seria KAZA e querer seria KERER... mais simples. O g não mais teria seu uso confundido com o j ou ainda com a outra dupla gu. Assim teríamos JEADA (substituindo a geada) ou simplesmente GINÉ (em vez de guiné). E por aí iríamos tornando nossa língua mais descomplicada. Em princípio teríamos alguma dificuldade de adaptação e muita gritaria dos estudiosos que buscariam milhares de justificativas para não haver a mudança, mas certamente nossos filhos e netos agradeceriam muito.
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Um comentário:
É uma grande idéia! Quem sabe se os novos, que enveredam pelo estudo da língua portuguesa e diante da necessidade de simplificação da vida moderna onde o tempo é por demais dispendioso, não abracem essa idéia e passem a formular as devidas mudanças. Muitas delas já vem sendo usada na linguagem dos internautas.
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