sábado, 29 de agosto de 2009

Novo ATUALIDADES

O ATUALIDADES de Agosto foi pra rua. Agora já estamos definindo o exemplar de SETEMBRO.
Estamos ao inteiro dispor para esta edição. Contamos com a ajuda de todos os que vivem, frequentam ou simplesmente amam Marechal Deodoro.
Nosso email: atual-md@hotmail.com

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Maré Alta


MARÉ ALTA – 26.8.2009
Arico Siarra


Loas para Barrichello.
Sempre achamos este nosso Fórmula 1, um corredor normal que a mídia global, em vão, tenta transformar em gênio, principalmente após a trágica morte de Senna. Esforçado, mas pecador. Pecador num esporte onde a margem de erro tem de ser Zero. E quando falamos de erro, é erro de piloto, é erro de escuderia, é erro de carro, é erro até da própria pista! O sucesso de uma corrida depende da conjugação perfeita de todos estes elementos onde o piloto prepondera como o elemento chave e aglutinador de todos esses itens, para a concretização de um objetivo final e único: o primeiro lugar. Pois bem: Da mesma forma com que sempre criticamos Barrichello pela falta da conjugação de todos aqueles detalhes para o sucesso, muitas e muitas vezes alardeadas e sublimarmente antecipadas pelos exagerados torcedores do microfone da Globo, hoje, por uma questão de justiça e consciência, reconhecemos que na corrida da F1, no último domingo, em Valência, Espanha, o nosso representante único, se superou e superou todas as expectativas que poderíamos esperar de um Barrichello. ELE FOI PERFEITO EM TUDO! E, somente assim, é possível qualquer sucesso para se alcançar um objetivo. Ele mostrou a grandeza dos grandes vencedores, à margem da ridícula torcida dos profissionais da exclusiva rede de TV. Só faltou o famoso seca pimenteira sair de cabine de transmissão para dar uma empurradinha no veículo do Barrichello. A narração é de tal forma eufórica que deixa a impressão de que o nosso representante máximo do volante, só ganhou aquela corrida em função da torcida do narrador! É muita falta de profissionalismo jornalístico. Não suportamos tal postura!

O país das aberrações
Reconhecemos nosso limitado conhecimento. Somos Zé... Somos povo! Mas consideramos, até por conseqüência disso que temos o direito a certo tipo de ignorância a nos permitir discorrer sobre discutível existência de aberrações aonde elas talvez nem existam. Mas como Zé, nos arrogamos esse direito.O direito de achar errado até naquilo aonde não possa haver erro.
O que não conseguimos entender: A exploração das TVS e das rádios são concessões governamentais. Ora, se são concessões, pensamos que as mesmas são proporcionadas num nível de igualdade de direitos e obrigações. Por isso não entra na nossa cabeça, o absurdo da exclusividade. Em nossa simplória capacidade de julgamento, isto se traduz por um cerceamento de liberdade do cidadão. O cidadão é obrigado a assistir a um determinado evento, num único canal, com narradores de que não gosta. Transportado este absurdo para o futebol, a coisa fica pior: O cidadão é obrigado a assistir à transmissão da partida de times da escolha e do interesse da emissora, não importa que nem seja do interesse da maioria dos torcedores. Porque não liberar o direito de transmissão de qualquer evento por todas as Tvs? Está aí uma medida de efetiva geração de empregos!

Trabalho de crianças... Trabalho de menores
Continuamos a bater sempre na mesma tecla: É proibido o trabalho de menores. Ou melhor: A exploração do trabalho de menores. É freqüente o noticiário a respeito. Mas o que fazem crianças em novelas de televisão? Aquilo não é trabalho? Os amigos leitores têm conhecimento de que existem pais que vivem do trabalho daqueles menores, abusivamente utilizados nas novelas e em projetos publicitários? Não entendemos certas leis. Afinal, elas existem ou não existem. E se existem não é para serem cumpridas por todos?
- Bem, Arico! Uma coisa é criança mal vestida, rasgada, pé descalço no chão, sujo, ralando macaxeira em casa ou num galpão de fundo de quintal para ganhar um dinheirinho na ajuda dos minguados recursos de uma paupérrima família! Outra coisa é o menino bonitinho, cheirosinho, bem vestidinho, aprumado, bem ensaiado, capacitado (capacitado?) a passar horas a fio nos estúdios de uma TV! Aquele, não tem o direito da ajudar a família. É ilegal o seu trabalho! Ele tem que ocupar seu tempo na escola.
Mas este, o da novela, pode! Pode passar horas num estúdio. Pode viajar para tomada de cenas externas. Pode ser submetido a interpretações de gênio, de gente adulta. Este pode tudo! Como explicar isto para um marciano? O problema é de casta? De status social? Queríamos tanto, entender... Mas, afinal de contas porque essa petulante pretensão, se somos simplesmente Zés?

Em tempo
Se nossos amigos ledores pensam que somos contra o trabalho de menores, estão completamente enganados. Nós apenas não suportamos a hipocrisia de um ralo de leis (ralo mesmo) de uma futilidade total. Achamos que apenas deveriam existir leis normativas e não coíbitivas para um universo de ações que envolvem direitos e obrigações do cidadão (peço perdão aos doutos do direito, pela falta de adequado vocabulário). A lei não é feita, única, para todos?
- Mas, Arico as leis têm interpretações... Elas oferecem alternativas!
- Ah, é! Poisantão nóis, Zés, achemo tais leis abirrentas e ponto finar.

Tentando distância
Estamos tentando evitar desperdício de tempo, o tanto que for possível, ocupando-nos da achincalhada política que envolve (e que sempre envolveu )este nosso Brasil. Mas como cidadão, achamo-nos responsáveis por uma ínfima creditável contribuição que seja. E enquanto não constatarmos qualquer iniciativa dos senhores representantes do povo, no sentido de acabar com o que denominamos excrescências da legislação eleitoral, por exemplo, sempre apareceremos repetitivos, em nossos cíclicos comentários. Então, para não serem esquecidas, sinalizamos o que consideramos as mais berrantes:
1. –A excrescência dos suplentes de senadores; Sem serem votados terminam como senadores da república;
2. –A excrescência das coligações: Seu voto contribui para a eleição de um candidato seu desconhecido, pertencente a um partido que você considera contrário a seus princípios;
3. –A excrescência de vices parentes de prefeitos e governadores. Pai perde mandato por um caudal de falcatruas e seu filho ou irmão ou cunhado, assume o comando do executivo. Este parente terá comportamento diferente?
4. –A excrescência (criminalizada mas impunível) da compra de votos, então, nem é digna de registro.

A gripe do porco
(Titulação mais apropriada até por que devemos lavar as mãos diversas vezes ao dia)
Sem a pretensão de querer ser diferente, continuamos a bater na mesma tecla quanto à forma tendenciosamente alarmista com que a mídia noticia a evolução da gripe suína. Não é que se deva omitir o noticiário, não! Mas sim a forma como são expostos o número de mortes. Afinal morre-se todos os dias em virtude de diversos fatores. Morre-se de câncer, de tuberculose; de aids; de coração; de pulmão; de fígado; de atropelamento; de queda de avião, de assassinato, de... de... de... de... de... de... E aí, perguntamos:
a) No Brasil, qual a relação das mortes registradas, no caso da epidemia do momento e o número total dos infectados?
b) No Brasil, no mesmo período considerado, do número de mortes relacionadas com tal gripe, qual o número de mortes por acidentes de transito e aéreo, por assassinato, por aids, por coração, por câncer?
b) Dos dez países mais afetados, comparados com o Brasil, qual a relação porcentual entre mortandade por gripe suína e a respectiva população?
Estamos convictos de que teríamos boas desejadas surpresas. Mas isto interessa à mídia e aos nefastos elevados interesses que estão por detrás desse noticiário alarmante?
Como se manipula a mente do ser humano!