terça-feira, 30 de outubro de 2007

PRESERVAR PRA QUE?

Como normalmente o ser humano não gosta de fazer algo sem a expectativa de lucro, preferencialmente individual, é importante que o proprietário de imóveis no Centro Histórico de Marechal Deodoro visualize o retorno econômico-fianceiro que uma cidade amplamente visitada pelo chamado turista cultural pode trazer. Para tal é importante que se saiba que esse turista só é atraído para sentir as marcas da história nas ruas e vielas, nos monumentos civis e religiosos, e também no casario que a integra. E é esse turista que, ao visitar esta cidade, vai contribuir para o acréscimo do dinheiro circulante e, consequentemente, da renda familiar. É ele que compra uma peça de artesanato, almoça, adquire um suvenir, faz um lanche e pode vir a se hospedar. Com a presença deste turista todos se beneficiam com mais prestação de serviços, mais empregos e com um número bem maior de famílias deodorenses a usufruir de uma prosperidade que só pode vir a existir pelo desenvolvimento do turismo, a grande vocação da cidade.
Além de tudo, é bom que se frise, a fachada e a coberta dos imóveis é mais uma propriedade comum do que individual, pois ela está mais exposta aos que circulam pela cidade que aos que vivem no interior dela. No meu entendimento é até burrice, pois, pensar que ao descaracterizar a casa, que faz parte da história do município, o proprietário estará tornando a cidade mais atraente. Pelo contrário. Com modificações modernosas o proprietário estará contribuindo para que Marechal Deodoro perca mais e mais sua oportunidade de viver dias de glória com um turismo cultural borbulhante, a exemplo de outras cidades como Penedo, em Alagoas, e são Cristóvão, em Sergipe. Cidades onde a própria população exige que a preservação seja um ato contínuo e respeitado por todos.
Fico a torcer para que, após o tombamento federal, todo deodorense exerça o hábito de, não apenas esperar as ações do poder público, mas também de agir individualmente visualizando um futuro de prosperidade. Não retornemos ao esquecimento, ao marasmo, à alienação e ao indiferentismo ante a situação de decadência do município, como tem sido nesses últimos anos, mesmo após os tombamentos municipal e estadual. Exerçamos nosso papel de cidadão!

Paulo Alencar

Um comentário:

Anônimo disse...

Não sendo morador de Marechal Deodoro não consigo compreender porque seu povo parece ter vergonha de seu passado. Nunca ví em qualquer outro lugar tanta gente fazendo força para destruir e modificar as marcas de uma história tão bonita. Não seria falta de um trabalho junto a população para que seus moradores entendam que as casas e monumentos tem que ser preservados para que haja turismo dentro da cidade histórica?