Maré Alta de 13.11.2009
Arico Siarra
Hoje, em homenagem à semana da proclamação da república, vamos monologar exclusivamente sobre o berço de seu proclamador (Que não foi o primeiro. Foi o único)
O que esperar?
As pessoas de bem (e coloquem bem nisso) – porque os pilantras também se dizem pessoas do bem - aguardam com alguma desesperança, o resultado judicial de um universo de absurdos que vão ficando para trás.
Má administração pública, corrupção multiplicadora, incompetência, imoralidades mil.
Injustiças, omissões e protelações judiciais se tornam tão corriqueiras que logo caem no vazio do desânimo e esquecimento popular.
Expectativa do nada!
E aí vêm os momentos de se escolher alguém e se elege um cidadão que surge do nada (simples repórter do mundo cão), participa de uma série de eleições que vai devorando de forma surpreendente e de repente, sem qualquer experiência comprovada na área da administração pública, ei-lo feito executivo de Marechal Deodoro.
Apenas o esperado
Ora! A comunidade votou nele que venceu as eleições por maioria de votos! Houve um festival de turistas participando dos primeiros momentos de sua administração? Houve! Mas isso era bem previsível dentro de uma corrupta cultura de moeda política. Aos poucos o turismo foi minguando, até se tornar menos perceptível.
E, é bom que se diga: Duas secretarias acabaram sendo ocupadas por pessoas cá da terra. Reconheçamos: A secretaria da Educação tem na sua chefia, uma pedagoga. E a secretaria do Meio Ambiente, um cidadão cuja dedicação e trabalho em prol do meio ambiente é notoriamente conhecido e reconhecido, tendo a assessorá-lo sua esposa, uma bióloga. Sua maturidade já deve ter lhe aperfeiçoado o necessário jogo de cintura, para evitar atitudes estemporaneamente radicais.
É muito pouco? Atentemos para isto: Já é mais do que os figurantes de seu antecessor.
Um outro ponto
Quando, à época das coligações, o atual prefeito se coligou com o grupo do ex-presidente da câmara, houve um temor muito grande de tenebrosas conseqüências de influência causadas por tão comprometida figura, dentro da prefeitura! Todavia, o que se vem notando é uma consistente capacidade de neutralização da presença do vice, o que por si só, deve estar requerendo tremendo esforço da parte do alcaide mor. Porém, é como falava uma conhecida que administrou, durante algum tempo, uma pousada no Francês: - Assim que tem que ser!
Justificação
Mas, porque estamos fazendo tais considerações que aparentam (somente aparentam) uma postura pró atual prefeito? Seremos objetivos: Temos notado que estão sendo desenvolvidos focos de contestação à atual administração alguns até justificáveis, mas que na forma como vem sendo colocados parecem ter no seu bojo a promoção do prefeito anterior. E aí reside o grande perigo.
Para jamais esquecer
Deveremos manter permanentemente na nossa memória, a operação gabiru. Além desse processo, o ex-prefeito responde por outros tantos por má administração, malversação e desvio de recursos. Nos últimos quatro anos de sua gestão, entraram no tesouro municipal cerca de R$ 195.000.000,00 (cento e noventa e cinco milhões de reais) do qual não se prestou contas à comunidade deodorense. A prefeitura não é - e nunca foi - uma empresa privada com dono absoluto. É uma instituição pública do povo que tem como objetivo primordial, resolver as carências da população a quem se deve prestar contas por meio de atos públicos de transparência total, mostrando com toda a clareza, a destinação de cada centavo recebido.
Um folder de ações
Muito bom e oportuno o folder distribuído na semana que antecede as comemorações da proclamação da república. Deu uma visão clara e consistente do que vem sendo realizado. Entretanto, dá para notar a falta de referência a uma obra mais consistente, mais abrangente. Está faltando o início de algo grandioso que marque como realização, para sempre, a passagem de um político sério pela prefeitura. A grana está saindo pela tampa, em diversos ministérios do governo de Lula. Só precisa de credibilidade e competência para buscá-la.
A crítica
Pessoa que muito amamos, costuma apregoar a quatro ventos que nós perdemos o amigo, mas jamais deixamos passar a oportunidade da crítica (ou da piada). Para não contradizê-la, então, lá vai: Consideramos que a assessoria do prefeito em alguns casos deixa muito a desejar.
1) Logo no início de sua gestão, tivemos acesso a um documento emitido que, embora interno, evidenciava o nível de competência (ou incompetência) de algum(s) assessor(es), Tratava-se de uma lista com o nome de secretários e subalternos imediatos, com informações incompletas sobre os mesmos. Bem! Tal lista era um primor de zorra total. Nomes sem sobrenomes: Nomes sem endereço: Nomes e sobrenomes sem telefone; nomes e telefone sem e-mail; Nomes e sobrenomes com e-mail, sem telefone e endereço. Tudo numa profusão de omissões absurdas, a desvirtuar completamente sua finalidade.
2) Alguns e-mails, quotidianamente enviados para um sem número de cidadãos, pecam por excesso de resumo ou inadequado entendimento. Em toda e qualquer notícia é importante atentar para o seguinte questionário: quem – o quê - quando – onde.
>Tememos que algum dia possa haver um evento a ser noticiado, tal como: O prefeito esteve presente a um gostoso almoço oferecido ontem pela colônia dos pescadores no qual foi servido farta quantidade de pescados exclusivos da Lagoa Mundaú.
E aí, sairá o seguinte resumo: Foi oferecido ao prefeito um presente da gostosa lagoa.
>O cidadão privilegiado com o recebimento diário de e-mails da prefeitura já está cansado de saber que Marechal será representada na Garota Ecovela. E as crianças que pedem paz no trânsito, então, tadinhas, já devem estar mortas de cansaço. Faz mais de quinze dias que, segundo os e-mails, elas estão no trânsito pedindo paz!
3) E já que estamos embalados vamos observar algo do folder, que aliás, elogiamos acima:
a) “Ele chegou há onze meses e já está trabalhando.”
- Já está trabalhando? Então era para não estar ainda trabalhando?
b) “A prefeitura continua trabalhando pra você.”
- Continua, é? Porquê? Já era para ter parado? Em onze meses já trabalhou muito?
c) “IPTU: Você investe, a prefeitura devolve.”
- Ninguém investe em IPTU. O cidadão paga IPTU.
Nós pagamos IPTU e a prefeitura devolve (em obras, esperamos).
E chega por hoje!
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Um comentário:
Arico
Gostei dos cimentários e observaçõs. Mas parece que você está satisfeito com a atual administração do sr. Cristiano!
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